quinta-feira, 12 de março de 2015

É tanta excitação, é tanta vontade de você, tanto desejo pulsando em mim. Eu me mantenho a sua disposição e tudo que eu quero é sentir suas mãos firmes, me indicando os caminhos. Só por isso sustento essa espera.

É tanta hesitação, é tanto medo de mim mesma e de ver ruir tudo o que eu projetei. É tanta insegurança que você gera, é tanta ansiedade que você alimenta, é tanta angustia que eu guardo. As palavras não ditas sufocam, essa espera sufoca. Principalmente por que parece que não vai dar em nada.

terça-feira, 10 de março de 2015

A paixão parece doer. Um tremor interno de medo e ansiedade que arranca a paz. 

Nada de errado aconteceu, mas o peito aperta.Está tudo em paz, mas escorre uma lágrima. 

Todo sorriso parece carregar um pouco de melancolia. 

Tem uma tristeza que se instala no coração apaixonado e o maltrata. Tristeza impiedosa que se diverte com tanta insegurança. 

Eu quero parar essa roda gigante de emoções, eu quero abrandar esse fogo, eu quero estar em paz, e com você. Topa?

quinta-feira, 5 de março de 2015

Uma folha em branco para aliviar o peso no peito.

Tá tudo embaralhado aí dentro. Estava organizado em tópicos, ele veio e jogou tudo para o alto.

Que poder é esse que ele tem? Quando ela te autorizou a lhe bagunçar assim?

Perder o controle das emoções é um esporte perigoso, moça. Pra que se aventurar? Vale a pena?

Se houvesse um coração aberto do lado de lá, se houvesse um caminho a percorrer, se houvesse um horizonte, valeria. Ah... certamente valeria... Mas se as certezas dele são fronteiras impossíveis de se ultrapassar, foge moça! Foge enquanto é tempo!

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Quando foi que todo mundo perdeu a graça? Quando foi que minha graça pousou no teu sorriso?

Com esse riso frouxo de quem finge que não sabe ser o dono da situação você me leva onde quiser. Seu corpo me conduz e eu sigo, cega.

Em que momento do caminho eu perdi o freio e atropelei a razão?

Me solto em seus braços e seu olhar parece querer dizer algo que você cala. Ou sou eu que, ávida por respostas, projeto meus anseios?

Eu sou uma sucessão de perguntas sem respostas que só abranda quando se enrosca no seu corpo em meio aos lençóis. E então tudo que me atormenta eu marco com as unhas na sua pele e escorre no suor dos nossos corpos.

No fim, deitada no seu peito,  eu só quero que o tempo tenha dó de mim e passe bem devagar.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Decisão arriscada essa de criar situações nas quais eu sei que você vai me decepcionar para, alimentando a raiva, procurar te esquecer. Eu procuro te esquecer em tudo e em tudo você surge, traiçoeiro. Tuas palavras e tuas notas passeiam no meu corpo como que tamborilando uma canção. Eu instrumento, e você, músico.




sábado, 13 de dezembro de 2014

  Juntei as roupas, os livros, os quadros e as fotos. Encaixotei as lembranças e guardei no fundo do armário, no escuro de mim.
  Abri as janelas pra deixar o sol entrar. Lá fora os dias são quentes e úmidos. Saio tropeçando em olhares e sorrisos e redescobrindo o prazer de ser e estar (plena).
  Rogo aos céus que eu nunca, nunca mesmo, confunda desespero com amor. Peço ao povo da rua que proteja meus passos e sigo sem medo.
  Eu renasci, quente e úmida, como um dia de dezembro.

domingo, 13 de maio de 2012

Ela chove, inteira.
Se escorre da alma para os olhos enquanto alimenta de dúvidas o nó na garganta.
A ansiedade roeu suas unhas.
O medo lhe tirou o sono.
Paladar amargo.
As palavras que ela cala não têm para onde ir e se abrigam no coração.
A névoa a invadiu por dentro.
Cinza.
Ela está nublada, 
                          relampejando. 

sábado, 14 de abril de 2012

Carmim

São os passos na escada.
Sobressalto.
Confusão.
Do que foi, só resta a mancha.
Do que amou, só resta a taça, em cacos, no chão.
Crava as unhas.
Mais um gole.
(Rodopio. Gargalhada. Deboche.
Choro mudo. Engolido. Escondido. Proibido.)
O sim que finda a noite.
O gemido que amanhece o dia.
Se cala.
Retoca a maquiagem.

É de canela o chiclete que ela masca, no ônibus, voltando pra casa.




quinta-feira, 12 de abril de 2012

E o que eu deixei escapar?

Não quero na boca esse gosto de ontem, de cerveja morna, de amor frio.
Não quero no corpo essa falta de marcas.
Não quero na vida essa falta de escolhas.
Queria querer e ter entre as mãos.
Queria não querer, ver partir e sorrir.
Os desejos se grudam ao corpo.
O corpo é só volúpia.
Não faz sentido.
Não mais.
Ou faz?

terça-feira, 27 de março de 2012

Pé ante pé ela caminha. Sobressaltada. Roendo as unhas. Com o olhar vidrado nas coisas do mundo.

Como quem descobre o mundo, ela caminha. Ofegante. Rindo de canto de boca. Diante de tudo, se derretendo inteira.



segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Fico pensando se eu suportaria... Se eu criasse coragem e virasse tudo do avesso, eu suportaria levar a vida que quero levar? Se eu pintasse meu mundo e minha boca de vermelho, de que cor seria a minha alma? Pra que lado olhar quando tem um anjo soprando palavras infernais no seu ouvido? Eu quero o impossível, eu quero a corda bamba eu quero o agora, dá pra ser?

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Quando tem algo gigante dentro da gente. Algo que rói, algo que ri, algo que não precisa fazer sentido porque é só seu e ninguém mais precisa entender.

domingo, 7 de novembro de 2010

Receita de felicidade

Corte os pulsos e deixe o sangue escorrer no papel, deixe as lágrimas encharcarem a escrita, deixe que se perca tudo aquilo que outrora fosse.
Faça um tratamento de choque, jogue fora tudo o que resta de você, recomece.
Vomite teus sonhos!
Circunscreva-te, trace seus limites, só para ter o prazer de ultrapassa-los.
Organize seus pensamentos em dodecassílabos perfeitos, depois corte as palavras e reorganize de maneira aleatória. Ali estará a sua essência.
Faça uma sopa de letrinhas de você, depois tome.
Embaralhe-se!
Viva, quiçá enlouqueça.
Esteja você em cada instante, mas não se esqueça de ser vários.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Sonho...

Teu sim e teu não se confundem em um afago em meu corpo já entregue. Não existe caminho de volta... Eu não quero nada além de uma noite a mais, e a próxima, ou talvez mais uma, ou mil, só as suficientes para saciar essa fome. Não por isso quero te chamar de meu, não é esse o final dessa história, e isso nem uma história é, são apenas corpos. Um sonho, nada mais que um sonho...

terça-feira, 31 de agosto de 2010

não concretices

Eu tenho coisas embaralhadas dentro de mim. Sou a dama de copas que se perdeu do baralho. E na qual todo o baralho de perdeu. Jogo um jogo perigoso. Um jogo de azar comigo mesma. Se eu ganhar, quem perde sou eu. Há um labirinto, um caleidoscópio, "um não sei quê, que nasce não sei onde, vem não sei como e dói não sei porquê." um tudoissojuntosemisturado que eu preciso vomitar. Eu preciso. Preciso. É isso!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Eu quero.

Eu quero canções que falem de paixão e de gim. Eu quero um amor no qual eu me encaixe, que me olhe e veja uma mulher bem melhor do que sou. Eu quero noite e noites em esquinas, quero beber a madrugada, só dormir no alvorecer. Eu quero ser do mundo e também de um homem só. Eu quero poder querer, desmedidamente. Eu quero realizar também. Eu quero unhas negras. Eu quero cantar, e quero gritar também, mas não deixo de querer silencio. Eu quero... viver...

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Era uma vez uma estrada, iluminada apenas por faróis tímidos. Pouco se via do que vinha a frente, mas a fé era enorme. A estrada, para desespero da menina que a percorria, foi se tornando cada vez mais sombria. Havia arvores com galhos que pareciam ameaçá-la, havia gatos pretos cruzando o caminho e um monte, mas um monte mesmo, de placas apontando as direções erradas.
A menina sabe que já caminhou um bocado, ela sabe disso porque suas pernas doem, porque ela se sente cansada, porém não há nada na estrada que indique quanto ainda falta caminhar. Ela pensa em voltar, esse caminho ao menos já é conhecido, mas a mesma falta de coragem que lhe impede de seguir em frente lhe impede também de dar meia volta. E a menina está parada, enguiçada, empacada na estrada. Ela sente medo e frio. Ela não sabe mais nem porque estava caminhando. Ela perdeu a fé.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

O AUTO-RETRATO

No retrato que me faço
- traço a traço -
às vezes me pinto nuvem,
às vezes me pinto árvore...

às vezes me pinto coisas
de que nem há mais lembrança...
ou coisas que não existem
mas que um dia existirão...

e, desta lida, em que busco
- pouco a pouco -
minha eterna semelhança,

no final, que restará?
Um desenho de criança...
Corrigido por um louco!


Mario Quintana

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

CLARO RECADO

Nó. Aperto.
Cintos sufocam.
Punho no peito. No coração.
Coração na mão. Trêmula.
Vento. Zumbido. Temporal.
Frio e falta.
Onde está que não atende?
Onde está que não aqui?
Onde está?
Onde?

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Ela é uma moça-cata-vento, ela se ri inteira em troca de qualquer sopro de carinho. Ela não sabe andar sozinha, mas quando o vento bate ela gira de saia rodada fazendo charme. Ela é um girassol, fica murcha em dias nublados, aprendeu a dança da chuva mas não sabe chamar a luz, por isso depende da luz alheia, do amor retribuído. Ela é uma moça-cata-sonhos, não se basta, é sedenta, está sempre tentando alcançar.

sábado, 4 de julho de 2009

A vida nas mãos do malandro.

De repente você entende que a existencia é um como um fio, um fio de navalha... você precisa afiar para que faça sentido, mas quanto mais afiada, mais perigosa ela se torna.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

baunilha

Eu quero reter na boca o gosto do seu beijo e te saborear a distância, fechando os olhos e esquecendo que a cama sem você parece grande demais. Eu quero que mesmo sem poder te tocar eu possa, por instantes, te roubar pra mim, te sentir em mim, ter você comigo, na mesma sintonia, como dois corpos que dançam uma música que só eles conhecem, e dançam sem nem se dar por isso, dançam como que por costume, dançam por não saber mais não dançar.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Um conto específico

Eram dois inseguros. Ele cultivava incertezas, ela fazia da caça de certezas sua principal atividade. Talvez pelas escolhas que fizeram por ele na vida ele saiba que não existe solo firme a se pisar, talvez pelas escolhas que fez na vida ela precise pisar firme de vez em quando.
Um dia esses caminhos se cruzaram, ela ficou com medo das incertezas dele, ele se sentiu cobrado pelas certezas dela, mas por algum motivo estranho isso pouco importava quando eles estavam juntos.
Talvez os caminhos tenham se cruzado para que ele aprenda que certezas não são vilãs e para que ela aprenda que pode ser feliz pisando em solo arenoso.
E a moral da história??? Eles que são inseguros que se segurem.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Fases da Luana

A Lua na lânguida Luana. Lua nova em moça minguante. Unhas roídas, cabelos trançados, olhar marejado, gotículas de noite em seu corpo alvo. Ao amanhecer a Lua se despede da Luana amada, e de saudade e solidão despeja tempestades e move marés para chamar a atenção da moça. A moça, iluminada, toma banho de chuva e cirandeia na areia molhada, esquecendo-se da Lua prateada de outrora. Mas, quando o Sol se despede, uma Luana crescente, sem entender o porque, se sente sugada para o terraço e, enquanto o mundo adormece ao seu redor, ela namora a Lua que surge, cheia de amor, só pra ela.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Sonetinho Vagabundo

Não sei mais fazer poesia
Brancos versos voam livres
Vivo em prosa o dia-a-dia
Mandei rimas prum ourives

Recebi um soneto torto
Quartetos com dor de dente
Segui meu caminho roto
De cronista do presente

De presente eu só queria
Um soneto rimado no fim
Pra me encher de alegria

Abandono essa tentativa mesquinha
Com uma certeza chinfrim
Poesia não é a minha

sábado, 31 de janeiro de 2009

Misturando histórias


Ainda com remela, nos olhos e na alma, tateio o colchão a procura dele depois de mais uma noite quase em claro - reconhecendo os velhos truques, vendo passo a passo ele me dominar, me colocando em Matte, sempre facilitando o Check no fim das contas ( é com isso que ele goza, e goza tanto o espírito que o corpo dispensa o gozo) - percebo que o lugar dele, ainda quente na cama, está vazio e eu, ainda de olhos fechados, deitada na mesma cama, estou (também) vazia. O meu vazio se encontra com o vazio deixado por ele, eles se reconhecem e se cumprimentam. A sensação daqueles braços me envolvendo, cessou. Sentimento presente conjugado em tempo passado: pensou, sussurrou, tocou, beijou, abraçou, amou. E quando tudo parecia eterno, quando o destino parecia traçado e as certezas brotavam naturais como os sorrisos, as malas, jamais desfeitas, cruzaram a soleira da porta e o sonho acabou.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Noticiário de meia noite

Caiu uma pedra, nem muito grande, nem muito pequena, meio pontiaguda mas ligeiramente arredondada, foi um baque seco que espirrou muita água.
Caiu uma pedra e vários círculos concêntricos se formaram, e reverberou do centro pra todo lago, do lago pra toda água, da água pra toda terra, da terra pra todo universo, do universo pra tudo o que há (ou não há) em volta dele.
Caiu uma pedra e o mundo nunca mais foi o mesmo, porque nunca uma mesma pedra cai duas vezes num mesmo lago, é sempre uma nova pedra e um novo lago, pois tudo o que existe não é agora o que foi no segundo anterior, nem no segundo seguinte o que foi agora.
Caiu uma pedra em direção ao centro da terra. O centro da terra é tudo o que os corpos buscam, o espírito quer se elevar mas para a matéria tudo o que há é o centro da terra, e é só por isso que ficamos no meio do caminho, lugar muito agradável para se estar, lugar onde existe pedra, existe água e círculos concêntricos.
Caiu uma pedra de cima, de onde vem Deus, tudo o que vem de cima atinge, fere e pode matar.
Caiu uma pedra e não matou.
Caiu uma pedra e tudo o que se pensa cai como uma pedra que reverbera.
Caiu uma pedra e isso é sublime.
Caiu uma pedra.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Direto do Cais

Bala de festim na agulha de vitrola, moinho de gente virando gente em moinho, movida a energia eólica, girante, giratória, gigante, purgatória, pulsante e latente. Só leva seu lápis em punho se for pra escrever uma história de amor, anda ávida de amor, ávida de história, ávida de viver... num tal de tempo que passa rangendo, roendo as entranhas, matando aos pouquinhos, num tal de vento que anda ralentado, que não move nem catavento quanto mais essa moça-moinho ancorada num instante inútil, e tudo o que não move enferruja, apodrece, morre. A lápide é datada de hoje, e de ontem, e de amanhã, é datada de eternamente, pois ela estará eternamente viva para continuar desexistindo e desistindo a cada dia.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Um conto genérico.

Ela vagueia pelo quarto, seminua, em semicírculos que se completam, mas nunca formam um inteiro, pois, ao contrário das rodas (gigantes, ou não) o trajeto principia e finda de uma forma bem definida. Algo tem que ser definido nesses dias escritos por um roteirista com péssimo senso de humor dado a joguetes de gosto duvidoso, nem que seja o desenho no chão desses pés de passo torto e tortuosos caminhos. Na garganta um gole seco e amargo de uma bebida qualquer com teor alcoólico mais alto que o recomendável, com pouco gelo e já com um pouco de sal das lágrimas que teimam em rolar vez em quando. E tudo o que ela quer é não querer mais ele, e ela sente tudo ao mesmo tempo agora, inventa um novo amor de fumaça e pó e se apaixona por um homem sem formas nem gosto, só para esquecê-lo. Ela se derrama em letras de caligrafia quase inelegível, ela se desnuda para apreciação pública, ela se coloca inteira em sonetos de rimas vazias, ela quer ser lida, deleitada, degustada. Ela quer saber que gosto ela tem, ela quer saber o que ele sente na boca depois do beijo, em que andar ele esqueceu toda a história como um malote qualquer de conteúdo indesejável, ela só quer respostas para tentar desenhar, com lápis de olho em guardanapo de bar, um futuro qualquer, porque no passado ela cismou de querer enquanto houvesse querer, e desquerer quando o querer não fosse mais querido, e ele desquiz, deu um beijo na testa, virou pro lado e dormiu, e ela que achou que tivesse entrando num caso qualquer, desses sem contas a pagar, sem cobrador na porta com beijos com gosto de beijos, noites com gosto de sexo e carinho no fim (porque se não, não tem graça) se viu andando em semicírculos pensando no grande amor da sua vida e em uma escada que sobe para baixo.

Excesso de pontos.

Bocas salgadas de sal que escorre dos olhos. Costas lanhadas de unhas já roídas, já condoídas, já destruídas pela maresia, pela tempestuosa moça que tudo destrói. Maldição da garganta seca e da dose da tequila que desce tão rápido que só deixa areia por onde passou. Marcas roxas do amor que não foi feito. O cheiro que já não está mais no lençol. As lembranças de tudo que não foi vivido. E os sonhos turvos que tatuam na alma os momentos amargos que suamos. E tudo que somos, que fomos, que rolamos, que ofegamos. E as flores que ela oferece. E o sorriso que ela arranca. E a confusão de palavras com todo o aquilo que isso devia ter sido mas não se tornou.

Ela vem como um carnaval

Um coração na vitrine. Exposto, deposto do posto de mestre da minha bateria. Aqui ele não manda mais. Quem ele pensa que é pra ziriguidunzear assim em cima da minha caveira? Nessa poça de sangue e lágrimas ninguém samba mais! E tenho dito!

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Páginas amareladas

Por falta de costume, ou talvez pelo esquecimento de como é, realmente, sentir o coração acelerado, encaro a velha novidade com uma infindavel angustia e me arrependo de cada momento que senti falta desse sentimento. Como uma descrente afirmo que essa ressaca sem alcool é bobagem, e que não entendo como os seres se inebriam dessa forma. E afirmo isso totalmente inebriada...


09/09/07

"será que o amor não tem programa ou ama com paixão?"

Esse texto não seria esse. Esse texto era sobre uma noite mal dormida, sobre uma mulher que rola na cama, sobre sonhos eróticos. Mas aí vem ele e me tira do eixo... me faz esquecer os sonhos próximos... me leva para um sonho antigo, um sonho amarelado... Ele faz isso por um prazer quase infantil, ele sabe que me desestabiliza, ele sabe que ainda é ele, que ainda é por ele, que ainda me sufoca, que ainda me faz tremer... E ele flutua, passeia leve, os pés mal tocam o chão, ele é uma criança, ele se diverte, ele ri, inconsequentemente e inconsequente mente só para dar corda, só para não se extinguir...Para ele basta saber que eu estou aqui, sempre que ele precisar.


" Que tanta cerimônia
Se a dona já não tem
Vergonha do seu coração "

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

AMOR HIPERBÓLICO

Nem por todo o amor do mundo ele me empresta um pouco de carinho, e eu, que me contento com tudo, queria ao menos dividir, com ele, a eternidade.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

cri cri cri

Ligeiramente seca.
Desinspirada.
Desesperinspirada.
O ano velho já gastou, mas o novo não deu nem sinal de vida.
Ponto. Final? Posso terminar com uma exclamação? Acho que estimula mais o ano que não nasceu a nascer e ser supimpa.
EXCLAMAÇÃO...

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

HO HO HO

Nessa época em que luzes piscam infernalmente em toda cidade e até a boa e velha música de elevador é substituída por "25 de Dezembro" de Simone achei que era digno deixar meu blog ileso dessas manifestações hipócritas e principalmente de combinações de cores de gosto duvidoso, mais que digno, achei original resistir ao impulso clichê de começar um post com " Então é Natal e o que você fez?" e escrever lamentações sobre o fato de eu não ter tomado vergonha na cara pra cursar engenharia e ter passado mais 365 incríveis dias sem me sustentar. Não é mais Natal na Leader Magazine (embora tenhamos que aturar a decoração onipresente até 6 de janeiro) e eu tentei resistir ao impulso clichê de escrever um post clichê sobre a falta de post natalino-clichê no meu espacinho roxo, já que isso consistiria num post natalino de qualquer forma. E o é. E aqui está! Pronto, o espírito do Natal tomou conta de mim (rs...) e, com atraso, tenho um post natalino.
Muito HO HO HO e que em 2009 o Guanabara a Leader e o Prezunic não tenham verba para propaganda de Natal e que o Hortifruti jamais se renda.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

luz dos olhos

Cansada: das paredes e dos amores. Úmida por baixo e seca por cima. Farta porém faminta. Poeira nos móveis e na alma. O pranto e o gozo coexistem. Nó. Toda certeza que dispensa provas, as provas da minha fraqueza, e aquelas de amor que nunca virão. Contudo, todavia, no entanto, não há nada mais belo do que ele dormindo. Sim, eu sou uma estúpida.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

"Duas meninas num imenso vagão" - Fragmentos autobiográficos


Elas estão a tanto tempo aprisionadas no mesmo instante que já se transformaram num retrato antigo.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

reflexão profunda

Aboliram o purgatório. Aboliram o trema também. O que só pode significar que todas as almas fadadas a padecer no purgatório montaram em pontinhos recem fugidos de vogais mau humoradas e seguiram para um universo com deuses, papas e professores de português com mais senso do ridículo.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Uma sinopse que não é sinopse

Temporal e Maresia, causa e consequência, início e fim de um círculo, translação e rotação, dois tuns da mesma batida de distintos corações, yin e yang, canela e gengibre, duas meninas, um imenso vagão e tudo o que pode ser sentido quando se vive enguiçado na penúltima estação de uma metáfora.