sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Direto do Cais

Bala de festim na agulha de vitrola, moinho de gente virando gente em moinho, movida a energia eólica, girante, giratória, gigante, purgatória, pulsante e latente. Só leva seu lápis em punho se for pra escrever uma história de amor, anda ávida de amor, ávida de história, ávida de viver... num tal de tempo que passa rangendo, roendo as entranhas, matando aos pouquinhos, num tal de vento que anda ralentado, que não move nem catavento quanto mais essa moça-moinho ancorada num instante inútil, e tudo o que não move enferruja, apodrece, morre. A lápide é datada de hoje, e de ontem, e de amanhã, é datada de eternamente, pois ela estará eternamente viva para continuar desexistindo e desistindo a cada dia.

7 comentários:

LuCais disse...

Quando eu ando por aí, no Centro, em especial - é um lugar que eu gosto muito - observo atentamente as pessoas, como minha leveza agressiva, e o vento me responde, da mesma forma, porque o vento às vezes me fere. Sem poeira, sem força: só por ser.
Ontem eu poderia ter sido um pouco mais. Me sido. Não fui. Mais 24 horas.

Faço paisagens com o que sinto. disse...

O amor!! ah, o amoor!!
sem mais palavras...

Rodrigo Caldas disse...

o que vc anda fumando??? andas tão criativa amada gorda.... e cada vez mais inspirada... pena que são todos escritos da moça....

LuCais disse...

Para quem quer se soltar
Invento o cais
Invento mais que a solidão me dá
Invento lua nova a clarear
Invento o amor
E sei a dor de encontrar
Eu queria ser feliz
Invento o mar
Invento em mim o sonhador
Para quem quer me seguir
Eu quero mais
Tenho o caminho do que sempre quis
E um saveiro pronto pra partir
Invento o cais
E sei a vez de me lançar

Cais
música de Milton Nascimento
letra de Ronaldo Bastos

Davi Palmeira disse...

O vento anda ralentado pq a moça quer... A moça tem potencial pra fazer girar quantos cataventos ela achar necessário, e mais um de reserva (só pra garantir). Ela estará eternamente viva para continuar ALEGRANDO os corações dos amigos, que necessitam de sua alegria para sobreviver.

Mariana Stolze disse...

Quando leio, quem lê é a sua voz. Eu tenho guardado em mim cada pedaço seu. E posso te remontar se quiser. Pra ficar pensando. Pra ficar brincando de o-que-ela-diria. Pra lembrar de forma mais viva. Pra guardar abraçada. Meu pensamento te abraça, nas horas vagas. E é assim que você está guardada em mim. Num abraço longo. Um abraço enorme. O maior abraço do mundo todo.

Mariana Stolze disse...

Estranho pensar que com todo o meu carinho, e com todas as almofadas que coloquei pra te guardar em mim. Esse nome, essa imagem, essa voz que eu guardo não são nem um pouquinho do que ela é... quando não em sonho.

Ou talvez eu sonhe o tempo todo.