sábado, 14 de abril de 2012

Carmim

São os passos na escada.
Sobressalto.
Confusão.
Do que foi, só resta a mancha.
Do que amou, só resta a taça, em cacos, no chão.
Crava as unhas.
Mais um gole.
(Rodopio. Gargalhada. Deboche.
Choro mudo. Engolido. Escondido. Proibido.)
O sim que finda a noite.
O gemido que amanhece o dia.
Se cala.
Retoca a maquiagem.

É de canela o chiclete que ela masca, no ônibus, voltando pra casa.




quinta-feira, 12 de abril de 2012

E o que eu deixei escapar?

Não quero na boca esse gosto de ontem, de cerveja morna, de amor frio.
Não quero no corpo essa falta de marcas.
Não quero na vida essa falta de escolhas.
Queria querer e ter entre as mãos.
Queria não querer, ver partir e sorrir.
Os desejos se grudam ao corpo.
O corpo é só volúpia.
Não faz sentido.
Não mais.
Ou faz?