sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

HO HO HO

Nessa época em que luzes piscam infernalmente em toda cidade e até a boa e velha música de elevador é substituída por "25 de Dezembro" de Simone achei que era digno deixar meu blog ileso dessas manifestações hipócritas e principalmente de combinações de cores de gosto duvidoso, mais que digno, achei original resistir ao impulso clichê de começar um post com " Então é Natal e o que você fez?" e escrever lamentações sobre o fato de eu não ter tomado vergonha na cara pra cursar engenharia e ter passado mais 365 incríveis dias sem me sustentar. Não é mais Natal na Leader Magazine (embora tenhamos que aturar a decoração onipresente até 6 de janeiro) e eu tentei resistir ao impulso clichê de escrever um post clichê sobre a falta de post natalino-clichê no meu espacinho roxo, já que isso consistiria num post natalino de qualquer forma. E o é. E aqui está! Pronto, o espírito do Natal tomou conta de mim (rs...) e, com atraso, tenho um post natalino.
Muito HO HO HO e que em 2009 o Guanabara a Leader e o Prezunic não tenham verba para propaganda de Natal e que o Hortifruti jamais se renda.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

luz dos olhos

Cansada: das paredes e dos amores. Úmida por baixo e seca por cima. Farta porém faminta. Poeira nos móveis e na alma. O pranto e o gozo coexistem. Nó. Toda certeza que dispensa provas, as provas da minha fraqueza, e aquelas de amor que nunca virão. Contudo, todavia, no entanto, não há nada mais belo do que ele dormindo. Sim, eu sou uma estúpida.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

"Duas meninas num imenso vagão" - Fragmentos autobiográficos


Elas estão a tanto tempo aprisionadas no mesmo instante que já se transformaram num retrato antigo.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

reflexão profunda

Aboliram o purgatório. Aboliram o trema também. O que só pode significar que todas as almas fadadas a padecer no purgatório montaram em pontinhos recem fugidos de vogais mau humoradas e seguiram para um universo com deuses, papas e professores de português com mais senso do ridículo.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Uma sinopse que não é sinopse

Temporal e Maresia, causa e consequência, início e fim de um círculo, translação e rotação, dois tuns da mesma batida de distintos corações, yin e yang, canela e gengibre, duas meninas, um imenso vagão e tudo o que pode ser sentido quando se vive enguiçado na penúltima estação de uma metáfora.

DIÁLOGO

"... _ E se tivesse sido como um filme do Almodóvar?
_ Tudo podia ser um pouco mais vermelho.
_ Acho que faltava vermelho.
_ Acho que faltava paixão.
_ Uma vida inteiramente em preto e branco. É isso! Uma vida inteiramente em preto e branco!
_ Eu acho que eu até sonhava em preto e branco.
_ Eu acho que eu não sonhava.
_ Ou não lembrava dos sonhos.
_ Você é sonho?
_ Acho que não... você é?
_ Tanto quanto você.
_ Eu sou 70% sonho.
_ Eu sou 70% água.
_ Eu tenho sede.

_ E eu só queria uma caixa de lápis de cor. ..."

sábado, 13 de dezembro de 2008

Implorando pelas respostas daquelas perguntas que ela não foi capaz de formular.

Intercepte esse coração vadio. Impeça-me. Antes que eu comece a escrever, me pegue no colo e me faça um carinho desavisado que eu juro esquecer ter implorado por ele, Mas aja, antes que minha mão encontre a caneta que, já falhando, encontre o caderno que, por costume, receba palavras tolas que, por descaso, irão se perder. Antes da tragédia anunciada, antes que eu me despetale, antes que eu me vire do avesso, me segure firme, se for preciso me amarre, mas, por favor, não deixe mais que eu me derrame em letras, não quero mais que ele me beba em versos...

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

409

Cultivando taquicardia e metamorfose, ando a busca do desassossego, do desalinho, do desajuste. Digo sim a mando de um coração irresponsável e amando o gosto agridoce do desconhecido eu sigo em frente.

Ajo em prol do momento em que nossas bocas se calarão e nossos corpos agirão, sem grades teorias, por conta própria, e descobrirão, na prática, o encaixe perfeito.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

turbilhão

Remexo, por dentro, me encharco, em-barco no cais, solitário, frio e úmido. Parto, re-parto, me rasgo no porto te vendo partir . Mar, a-mar, te amarro em nós de marinheiro, te tenho, e com a força do medo te mantenho refém também de outras formas, nas tuas formas, no cobertor, em cada pedaço de corpo descoberto em você, descoberto por você. Será sublime tudo aquilo que tiver de ser, o que for, o que foi, o que será. Seremos.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

CHAPÉUZINHO AMARELO

Eu não sei ver hora em relógio de ponteiro.
Eu não sei descascar laranja.
Eu não sei assobiar, nem piscar um olho só.
Eu desaprendi a andar de bicicleta.

Ass: Tamires Nascimento ( a moça tirou uma folga )